Políticas comerciais multilaterais e bilaterais no sistema comercial mundial uma perspectiva histórica

Políticas comerciais multilaterais e bilaterais no sistema de comércio mundial Uma perspectiva histórica.

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Alguns argumentam que esses acordos estimularão as negociações multilaterais, enquanto outros acreditam que irão prejudicar irremediavelmente o sistema comercial. Comércio bilateral .

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4 - Políticas comerciais multilaterais e bilaterais no sistema comercial mundial: uma perspectiva histórica.

Por Douglas A. Irwin Editado por Jaime De Melo, Université de Genève, Arvind Panagariya, Banco Mundial Editora: Cambridge University Press https: //doi/10.1017/CBO9780511628511.008 pp 90-119.

Eventos das últimas duas décadas geraram crescente preocupação com a direção do sistema de comércio mundial. Embora o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) tenha ajudado a orquestrar a redução substancial das tarifas após a Segunda Guerra Mundial, a abordagem multilateral da liberalização do comércio encontrou dificuldades em frustrar a proliferação de barreiras comerciais não tarifárias e no alargamento das regras internacionais a novas áreas de comércio. Enquanto isso, a aparência de acordos comerciais bilaterais ou regionais na Europa, nas Américas e em outros lugares fornece uma pista alternativa para acelerar a reforma comercial, mas também corre o risco de se deteriorar em blocos exclusivos e desviadores de comércio que possivelmente podem prejudicar o bem-estar mundial.

A perda de impulso no sistema multilateral e o movimento para acordos bilaterais provocaram um renovado debate sobre os méritos relativos das duas abordagens para a liberalização do comércio. Este capítulo pretende fornecer alguma visão histórica desse debate examinando se as políticas comerciais multilaterais ou bilaterais têm sido mais eficazes na promoção de reformas comerciais no passado. Como a liberalização do comércio foi alcançada no passado e quais os tipos de políticas que se revelaram construtivas ou prejudiciais para a cooperação multilateral em matéria de política comercial? Ao longo do capítulo, o foco será quase exclusivamente nas políticas comerciais na Europa, não só porque a Europa representou a maior parte do comércio internacional durante esses períodos, mas porque as políticas comerciais estabelecem grande parte da agenda para o resto do mundo.

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09.01.2018 & # 0183; & # 32; Isto é ilustrado pela falta de progresso no Comércio Mundial entre o Sistema de Negociação bilateral e multilateral:

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10.11.2017 & # 0183; & # 32; Lidar com choques e mudanças: o sistema multilateral de comércio em perspectiva histórica Douglas A. Irwin, Kevin H. O'Rourke. NBER Working Paper No. 17598.

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Embora o comércio livre ofereça benefícios globais, dói algumas pessoas, sobretudo os acionistas e funcionários das indústrias que perdem dinheiro e empregos porque perdem vendas em bens importados. Alguns dos grupos que são prejudicados pela concorrência estrangeira possuem poder político suficiente para obter proteção contra as importações. Por conseguinte, as barreiras ao comércio continuam a existir apesar dos custos econômicos consideráveis. Embora tenha sido estimado que o lucro dos EUA de remover as restrições comerciais em têxteis e vestuário teria sido de mais de US $ 12 bilhões apenas em 1986, por exemplo, os produtores domésticos de têxteis conseguiram persuadir o Congresso a manter tarifas e cotas nas importações.

Embora praticamente todos os economistas pensem que o comércio livre é desejável, eles diferem sobre a melhor maneira de fazer a transição de tarifas e cotas para o livre comércio. As três abordagens básicas para a reforma comercial são unilaterais, multilaterais e bilaterais.

Alguns países, como a Grã-Bretanha no século XIX e o Chile e a Coréia do Sul nas últimas décadas, realizaram reduções tarifárias unilaterais e reduções independentes e sem ações recíprocas de outros países. A vantagem do livre comércio unilateral é que um país pode colher os benefícios do livre comércio imediatamente. Os países que reduzem as barreiras comerciais por si só não precisam adiar a reforma enquanto tentam persuadir outras nações a diminuir suas barreiras comerciais. Os ganhos dessa liberalização comercial são substanciais: um grande estudo do Banco Mundial mostra que a renda cresce mais rapidamente em países abertos ao comércio internacional do que nos mais fechados ao comércio.

No entanto, as abordagens multilaterais e bilaterais, desmantelando barreiras comerciais em concertação com outros países, têm duas vantagens em relação a abordagens unilaterais. Primeiro, os ganhos econômicos do comércio internacional são reforçados e aprimorados quando muitos países ou regiões concordam com uma redução mútua das barreiras comerciais. Ao ampliar os mercados, a liberalização concertada do comércio aumenta a concorrência e a especialização entre os países, dando assim um maior impulso à eficiência e aos rendimentos do consumidor. A Grã-Bretanha colheu benefícios adicionais da redução unilateral de suas tarifas no século XIX, porque o sucesso com o livre comércio levou outros países a diminuir suas barreiras também.

Em segundo lugar, reduções multilaterais nas barreiras comerciais podem reduzir a oposição política ao livre comércio em cada um dos países envolvidos. Isso ocorre porque grupos que de outra forma seriam opostos ou indiferentes à reforma comercial poderiam se juntar à campanha para o comércio livre se verem oportunidades de exportação para os outros países no acordo comercial. Conseqüentemente, os acordos de livre comércio entre países ou regiões são uma estratégia útil para a liberalização do comércio mundial.

O melhor resultado possível das negociações comerciais é um acordo multilateral que inclui todos os principais países comerciais. Em seguida, o comércio livre é ampliado para permitir que muitos participantes obtenham os maiores ganhos possíveis do comércio. O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), que os Estados Unidos ajudaram a encontrar após a Segunda Guerra Mundial, é um excelente exemplo de um acordo comercial multilateral. & # x005B; Nota do editor: uma vez que este foi escrito, o GATT foi transformado em Organização Mundial do Comércio (OMC) em 1995. & # x005D; Os principais países do mundo criaram o GATT em reação às ondas de protecionismo que paralisaram o comércio mundial durante a Grande Depressão. Com mais de 100 países membros, o GATT é um acordo internacional que estabelece as regras para o comércio mundial e uma instituição internacional que oferece um fórum para que os membros negociem reduções nas barreiras comerciais.

Como um acordo comercial multilateral, o GATT exige que seus membros estendam o status de nação mais favorecida (MFN) a outros parceiros comerciais que participam no GATT. O estatuto de NMF significa que cada membro do GATT recebe o mesmo tratamento tarifário para os seus produtos em mercados estrangeiros que se estendeu ao país "mais favorecido" concorrendo no mesmo mercado, descartando preferências ou discriminação contra qualquer país membro. Desde que o GATT começou, as tarifas médias estabelecidas pelos países membros caíram de cerca de 40% pouco depois da Segunda Guerra Mundial para cerca de 5% hoje. Essas reduções tarifárias ajudaram a estimular a grande expansão do comércio mundial após a Segunda Guerra Mundial e o aumento concomitante dos rendimentos reais per capita entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. O ganho de remoção de barreiras tarifárias e não-tarifárias ao comércio como resultado da Rodada de Tóquio (1973 a 1979) das negociações do GATT foi colocado em mais de 3% do PIB mundial.

Embora o GATT incorpore o princípio da não discriminação no comércio internacional, o artigo 24 do GATT permite a formação de "uniões aduaneiras" entre os membros do GATT. Uma união aduaneira é um grupo de países que eliminam todas as tarifas sobre o comércio entre si, mas mantêm uma tarifa externa comum sobre o comércio com países fora da união (violando tecnicamente a NMF). Esta excepção foi concebida em parte para acomodar a formação da Comunidade Económica Europeia (CE) em 1958. A CE, que cresceu de seis para uma dúzia de países participantes, passou além da redução de barreiras ao comércio entre os Estados membros. Também coordena e harmoniza as políticas fiscais, industriais e agrícolas de cada país. A CE busca uma integração econômica ainda maior do que uma união aduaneira, movendo-se em direção a um mercado comum, um arranjo que elimine os impedimentos à mobilidade de fatores de produção, como capital e mão-de-obra, entre os países participantes.

O GATT também permite áreas de comércio livre (ALC), como a Área de Comércio Livre da Europa, composta principalmente de países escandinavos. Os membros dos TLC eliminam as tarifas sobre o comércio entre si, mas mantêm a autonomia na determinação de suas tarifas com os não membros.

Infelizmente, o GATT encontrou dificuldades em manter e ampliar o sistema de comércio mundial liberal nos últimos anos. As discussões sobre a liberalização do comércio muitas vezes se movem devagar, e o requisito de consenso entre os muitos participantes do GATT limita a extensão dos acordos sobre reforma comercial. Enquanto o GATT reduziu com sucesso as tarifas sobre os bens industriais, teve muito menos sucesso na liberalização do comércio na agricultura, serviços e outras áreas do comércio internacional. Além disso, o crescimento mais lento das economias mundiais nos anos setenta e oitenta aumentou as pressões protecionistas em todo o mundo. Essas pressões causaram uma proliferação de novas barreiras comerciais, como limites voluntários para exportação de aço e automóveis para os Estados Unidos e não abrangidos estritamente pelos regulamentos do GATT. As negociações recentes, como as negociações comerciais da Rodada Uruguai que começaram em 1986, visavam estender as regras do GATT a novas áreas do comércio. Essas negociações, no entanto, enfrentaram problemas, e seu sucesso final é incerto.

Como resultado, muitos países se afastaram do GATT para acordos comerciais bilaterais ou regionais. Um desses acordos é o Acordo de Livre Comércio EUA-Canadá (USCFTA), que entrou em vigor em janeiro de 1989. A USCFTA eliminou todas as tarifas sobre o comércio de mercadorias nos EUA-Canadá e reduziu as restrições sobre o comércio de serviços e investimentos estrangeiros, categorias não abrangidas pelo GATT . Os economistas estimaram que o USCFTA aumentará a renda nacional do Canadá em qualquer lugar de 0 a 8 por cento, a estimativa específica dependendo dos pressupostos subjacentes à análise. O ganho total dos EUA é aproximadamente equivalente ao ganho canadense, mas os ganhos percentuais em renda dos EUA são muito menores porque a economia dos EUA é cerca de dez vezes o tamanho do Canadá. Os Estados Unidos também têm um acordo de livre comércio com Israel e, juntamente com o Canadá, estão negociando para levar o México a um Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) e contemplou acordos comerciais bilaterais ou regionais com outros países da América Latina, Ásia e o Pacífico. As zonas de livre comércio recentemente foram estabelecidas em partes da América do Sul também.

A vantagem de tais acordos bilaterais ou regionais é que eles promovem maior comércio entre as partes no acordo. Eles também podem acelerar a liberalização do comércio global se as negociações multilaterais se depararem com dificuldades. Os países recalcitrantes excluídos dos acordos bilaterais e, portanto, não compartilhando o aumento do comércio que eles trazem, podem então ser induzidos a se juntar e reduzir suas próprias barreiras ao comércio. Mas essas vantagens devem ser compensadas contra uma desvantagem: ao excluir certos países, esses acordos podem mudar a composição do comércio de países de baixo custo que não são partes no acordo para países de alto custo que são.

Suponhamos, por exemplo, que o Japão vende bicicletas por US $ 50, o México as vende por US $ 60 e ambas enfrentam uma tarifa de US $ 20. Se as tarifas forem eliminadas em produtos mexicanos, os consumidores dos Estados Unidos mudarão suas compras de bicicletas japonesas para mexicanas. O resultado é que os americanos vão comprar de uma fonte de alto custo, e o governo dos EUA não recebe nenhuma receita tarifária. Os consumidores economizam US $ 10 por bicicleta, mas o governo perde US $ 20. Se um país entrar em uma união aduaneira "desviadora de comércio", os economistas mostraram que o custo desse desvio comercial pode exceder os benefícios do aumento do comércio com os outros membros da união aduaneira. O resultado líquido é que a união aduaneira poderia piorar o país.

Outra preocupação é que uma maior dependência de uma abordagem bilateral ou regional da liberalização do comércio pode minar e suplantar, em vez de apoiar e complementar, a abordagem multilateral do GATT. Assim, o resultado a longo prazo do bilateralismo poderia ser uma deterioração do sistema de comércio mundial em blocos comerciais regionais concorrentes e discriminatórios, sufocando assim o comércio mundial. Apenas uma experiência tão desastrosa na década de 1930 levou a criação do atual sistema de comércio multilateral e faz hoje sua reparação e remodelação uma tarefa urgente.

Douglas A. Irwin é professor de economia no Dartmouth College. Ele já atuou na equipe do Conselho Presidencial de Assessores Econômicos e do Conselho da Reserva Federal.

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